terça-feira, 17 de novembro de 2020

Microbiota Normal do Corpo Humano e suas Funções

 


O ser humano no período fetal vive em um ambiente estéril e protegido, mas assim que nasce, fica exposto a microorganismos que passam a colonizar seu organismo de maneira equilibrada, cada região com suas características, que dependem da temperatura, umidade,substâncias inibitórias e nutrientes do local.

A flora de microorganismos dentro e sobre o corpo humano está submetida a constantes mudanças.Fatores como a idade, alimentação,higiene, regulação hormonal podem alterar o balanço desses microorganismos.

Os microrganismos que sempre estão em determinada região do nosso corpo, ali permanecem de forma comensal, ou seja, ambos estão sendo beneficiados.Possuem importante função de proteção e defesa do organismo na tentativa de colonização de patógenos, estimulação do sistema imune em recém-natos, além de auxiliar na absorção de nutrientes.O número de bactérias chega a ultrapassar em dez vezes o número de células do corpo humano.

Os órgãos que possuem mais contato com o ambiente externo são os mais ricos em microbiota.As cavidades geralmente são estéreis, como a cavidade peritoneal.

Existem dois tipos de microbiota:

a) Microbiota residente:microorganismos que se encontram em grande quantidade em um determinada região anatômica, em uma dada população.

b) Microbiota transitóri eliminada por mecanismos naturais de defesa ou por ações de limpeza como anti-sépse.

Caso a microbiota permanente esteja intacta, a microbiota transitória não causa danos e é eliminada.Porém, se os microorganismos permanentes estiverem em desequilíbrio, a microbiota transitória pode provocar doenças.Microorganismos de dada região também podem se tornar patógenos se encontrados em outro local que não o habitual.

Microbiota normal específica de cada região no organismo

1) Pele: microbiota se encontra em toda extensão, sendo mais concentrada em regiões mais quentes e úmidas, como axilas e períneo, chegando ao número de 10⁶ bactérias por cm².Geralmente predominam as bactérias Gram positivas, como Staphylococcus, Corynebacterium e Propionobacterium.


2) Vias aéreas superiores:

- Cavidade bucal, orofaringe e nasofaringe: podem ser encontrados Streptococcus, Lactobacillus, Fusobacterium, Velionella, , Neisseria, Treponema, Candida, StaphylococcusMycoplasma dentre outras.A  microbiota da cavidade oral tem grande importância já que doenças periodontais e até endocardites subagudas podem ser causadas por constituintes desta microbiota

- Fossas nasais:predominam Corynebacterium e Staphylococcus.

3) Vias aéreas inferiores: vias aéreas inferiores, laringe, traquéia e bronquíolos, são regiões estéreis.


4) Trato genitourinário: predominam bactérias Gram negativas.

- Vagina: população microbiana variada, devido a alterações hormonais.Recém-nascidas são colonizadas por lactobacilos nas primeiras 6  semanas.Depois, a taxa de estrogênio decai, e há colonização por estreptococos, estafilococos e enterobacterias.No início da puberdade, a alteração nas taxas de estrogênio geram novas mudanças, tendo lactobacilos predominantes.O pH também é responsável por estas mudanças, devido a quantidade de glicogênio, que ao sofrer fermentação, diminui o pH, dificultando o desenvolvimento de algumas bactérias.

- Uretra anterior: possui uma colonização variada,podendo encontrar lactobacilus, estreptococos, estafilococos, epidermidis e difteróides. Estreptococos fecalis e Candida pode também estar presente de forma transitória, assim como E. coli.

- Ureteres, bexiga e rins: não possuem microbiota residente.Cérvice geralmente não é colonizada.


5) Conjuntiva: pode ser estéril ou colonizada por Difteróides, Estafilo epidermidis e estreptococos não hemolíticos.Esta microbiota é controlada pela lágrima que contém lizosima agindo como importante bactericida.


6) Ouvido externo: possui semelhança com a microbiota da pele.


7) Trato gastrointestinal:

- Esôfago: microbiota pouco numerosa, geralmente de colonização apenas transitória.

- Estômago: devido ao pH altamente ácido, são tolerantes poucas bactérias, como Lactobacillus,  Streptococcus spp.(produtoras de ácido láctico)  e Helicobacter pylori (causadora de gastrites e úlceras).

- Intestino delgado: são mais freqüentes nesta microbiota, estafilococos, estreptococos e lactobacilos, sendo encontrados microorganismos anaeróbios. Podem ser encontrados no delgado proximal também cocos Gram positivos resistentes à acidez gástrica.Os ácidos biliares são inibidores do crescimento das bactérias in vitro.

- Íleo: aumenta a microbiota, passando a incluir também bactérias anaeróbias devido ao baixo poder de oxirredução.

- Intestino grosso: local de maior concentração de microorganismos, chegando à concentração de 10¹¹ por grama de fezes, além do aumento considerável de bactérias anaeróbias, superando as outras.Nesta microbiota normal, predomina a Eubacterium,  Bifidobacterium e Bacterióides. Todos os seres humanos também são portadores da E. coli nesta microbiota. Podem ser encontrados neste órgão também cocos Gram positivos resistentes à acidez gástrica no  delgado proximal.


Além desta distribuição vertical já descrita, há a distribuição horizontal, que é dividida em: luz, camada de muco e epitélio.A luz intestinal é a região com maior variedade microbiana comparada com a camada de muco e o epitélio.

Algumas ações são feitas pela própria flora intestinal para garantir suas características próprias:

a) E.coli inibe o crescimento bacteriano  de Shiguela e de outras bactérias por competir por fontes de carbono em locais com baixo oxigênio.;

b) Lactobacilos competem por sítios de adesão com outras bactérias, além de produzir substâncias inibidoras de crescimento para outros microorganismos da microbiota;

c) Bactérias facultativas, por seu alto consumo de oxigênio, criam condições de anaerobiose, garantindo o crescimento de anaeróbios;

d) Os subprodutos do metabolismo próprio principalmente das bactérias anaeróbias, como ácido acético,butírico e propiônico, promovem um ambiente intralumial de restrito crescimento bacteriano, contribuindo para um equilíbrio da microbiota intestinal;

e) Quorum-sensing é realizado com a produção e detecção de moléculas sinalizadores  denominadas auto-indutoras, utilizado por bactérias Gram positivas e Gram negativas.Servem como moduladores bacterianos, importantes para a formação e manutenção da flora intestinal. 

Microbiota intestinal em diferentes fases da vida

1) Recém-nascido: 

Quando amamentado com leite materno, possui maior concentração de estafilococos e bifidobactérias, e menor quantidade de clostrídeos e enterococos que crianças amamentadas com mamadeira.Também influenciam o crescimento bacteriano da mesma ou de diferentes espécies.Os lactobacilos não são influenciados pelo tipo de amamentação.

Crianças amamentadas no seio materno são menos colonizadas por Klebsiella,Enterobacter e menor quantidade de sorotipos de E.coli ( possuem menor freqüência de E.coli portadora de antígeno K1, que costuma causar meningite em recém-natos).

A microbiota da criança inicialmente deriva da microbiota fecal da mãe, que é adquirida ao passar pelo canal de parto, e tardiamente, é colonizada por bactérias que se encontram nos alimentos e do meio em que vive. Crianças nascidas por cesárea adquirem anaeróbios e enterobactérias mais tardiamente, já que não teve contato com a microbiota fecal materna. As bactérias hospitalares e dos profissionais da saúde envolvidos no nascimento também são fontes de formação da microbiota do bebê. Dessa forma, segundo estudos, há diferenças entre a microbiota normal de recém-nascidos de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, principalmente por questões de higiene, do local de nascimento e da própria mãe.

 2) Idoso: 

Possui uma microbiota mais rica em clostrídeos e de maneira menos acentuada, em lactobacilos, coliformes e enterococos do que a microbiota adulta.As bifidobactérias se encontram em menor quantidade nos idosos, enquanto os bacterióides e eubactérias se encontram na mesma proporção em ambas as faixas etárias.


Referências bibliográficas

ALTERTHUM, F.; TRABULSI, L. R. Microbiologia. 5ª ed. São Paulo: Atheneu. 2008

MURRAY P. R.; ROSENTHAL K. S.; KOBAYASHI G. S.; PFALLER M. A. Microbiologia médica. 5ª ed.Rio de Janeiro:Elsevier, 2006

terça-feira, 12 de maio de 2020

Mutações Gênicas e Cromossômicas



As mutações são alterações na expressão individual dos genes, como também qualquer alteração que envolva o número ou a estrutura dos cromossomos, levando em consideração as células diploides normais da maioria das espécies.
Qualquer fator que aumente a probabilidade de ocorrerem mutações, é chamado de fator mutagênico. Existem vários tipos de fatores mutagênicos, sendo os mais conhecidos as radiações e certas substâncias químicas.

Químicos
Físicos

Gás mostarda
Colchicina
Talidomida
Metais pesados

Radiação ultravioleta
Raios-x
Raios gama

As Mutações Gênicas são modificações na expressão de genes individuais, devido a alterações envolvendo as bases nitrogenadas do DNA. Muitas vezes, as doenças causadas por um único gene se comportam, em termos de transmissão, de acordo com as leis de Mendel.

Mutação
Características
Fenilcetonúria

Metabolismo anômalo da fenilalanina (deficiência mental, pele clara)

Doença de Huntington

Perda de memória, movimentos incontroláveis, morte

Anemia falciforme

Produção de hemoglobina anormal

Albinismo

Ausência parcial ou total de melanina

Fibrose cística

Produção de muco anormalmente espesso

Doença de Tay-Sachs

Degeneração nervosa progressiva e mortal


As Mutações Cromossômicas envolvem alterações na estrutura ou na quantidade dos cromossomos.

Zigoto
Aneuploidia
Nome clínico
47, XXX
Trissomia
Síndrome do triplo X
47, XXY
Trissomia
Síndrome de Klinefelter
47, XYY
Trissomia
Síndrome do duplo Y
45, XO
Monossomia
Síndrome de Turner
45, YO
Monossomia
Síndrome do Y inviável
47,XX*(+21)
Trissomia
Síndrome de Down (+21)
47,XX*(+18)
Trissomia
Síndrome de Edwards (+18)
47,XX*(+13)
Trissomia
Síndrome de Patau (+13)

As mutações cromossômicas são causadas por:

  • defeitos na estrutura dos cromossomos (mutações estruturais);
  • variação no número dos cromossomos das células de um indivíduo (mutações numéricas).

Entre as mutações estruturais citamos: síndrome de cri-du-chat ou do miado do gato e a síndrome de duplicação.

  • Síndrome do miado do gato: o choro dos bebês lembra o miado do gato; apresentam microcefalia (cabeça pequena), nariz achatado (em sela); face alargada; retardo mental, motor e de crescimento. As pessoas afetadas morrem nos primeiros meses de vida ou na primeira fase da infância. A síndrome decorre da deficiência de um segmento do cromossomo 5.
  • Síndrome da duplicação: o bebê apresenta crânio em forma de cone; veias proeminentes no couro cabeludo; sobrancelhas salientes; pêlos faciais; glaucoma (endurecimento do globo ocular); nariz curto; orelhas implantadas abaixo da posição normal; membros e pescoço curtos; deformações nos pés. É uma mutação no cromossomo 3, onde ocorre a deficiência em um cromossomo 3 e a duplicação do outro cromossomo 3 que recebeu o segmento do seu homólogo.

Entre os tipos de mutações numéricas mais comuns nas populações, encontramos as aneuploidias, que provocam alterações no patrimônio genético dos homens (44A + XY) e das mulheres (44A + XX), podendo ser:

  • autossômica (alteração dos cromossomos autossomos).
  • sexual (alteração do par sexual).

As aneuploidias caracterizam-se pela variação de um ou mais cromossomos no cariótipo do indivíduo, resultante da não-disjunção de certos pares de homólogos durante a gametogênese.

  • Na perda de um cromossomo, a aneuploidia é do tipo monossomia (2n – 1). 
  • No acréscimo de um cromossomo, tem-se a trissomia (2n + 1).

Entre as mutações sexuais, podemos citar: síndrome de Klinefelter, síndrome de Turner e síndrome do triplo X, entre outras.

  • Síndrome do triplo X: mulheres que podem ser normais e férteis ou, eventualmente, ter retardo mental.
  • Síndrome de Klinefelter: homens que apresentam grande estatura, um fenótipo masculino, testículos atrofiados, deficiência mental, pequenos seios, etc.
  • Síndrome do duplo Y: homens fenotipicamente normais e férteis, geralmente de grande estatura.
  • Síndrome de Turner: fenótipo feminino, ovários atrofiados, ausência de mamas, ombros largos, pescoço curto e grosso e estatura baixa.

Como exemplos de mutações autossômicas, temos: síndrome de Down, síndrome de Edwards e síndrome de Patau.

  • Síndrome de Down ou trissomia do 21: foi descrita pelo médico inglês J. Langdon Down. Essa anomalia pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, cujos cariótipos serão, respectivamente: 45A + XY e 45A + XX. Os indivíduos apresentam microcefalia, nariz pequeno, retardo mental, prega transversal contínua na palma da mão, prega típica no canto dos olhos (epicântica) que sugere olhos de oriental, mãos curtas e largas, ausência de uma falange com prega única no dedo mínimo, dentição irregular, língua fissurada, boca quase sempre aberta com protusão da língua,  adiposidade, etc.
  • Síndrome de Edwards ou trissomia do 18: descrita por Edwards e colaboradores. Caracteriza-se por malformações múltiplas como maxilar inferior retraído; dedos flexionados (cerrados); defeitos cardíacos; deformidades do crânio, da face e dos pés; grave retardo mental; podendo apresentar também lábio leporino e palato fendido. A morte ocorre geralmente em cerca de 3 a 4 meses de idade.
  • Síndrome de Patau ou trissomia do 13: descrita por Patau e colaboradores. O portador apresenta polidactilia; defeito cardíaco e de vários órgãos internos (rins, intestinos); lábio leporino e palato fendido. As crianças que chegam a nascer não ultrapassam os três anos de idade.

Como prevenir?

Muitas tentativas têm sido feitas para detectar precocemente algumas anomalias genéticas. Além das técnicas de aconselhamento genético, temos exames preventivos que são realizados na fase intra-uterina, como a amniocentese.

O aconselhamento genético consiste em transmitir ao casal as informações necessárias sobre os aspectos de malformações que podem ocorrer no recém-nascido. O aconselhamento indica a probabilidade esperada de ocorrer determinadas malformações.

A amniocentese é um exame no qual se recolhe o líquido amniótico para análise das células que se descamam do corpo do embrião, para se estudar o cariótipo.                                             

Os perigos de um bom bronzeado

A radiação ultravioleta é capaz de alterar a seqüência de bases nitrogenadas da molécula de DNA. Com a alteração na camada de ozônio, a incidência da radiação ultravioleta sobre a Terra, tende a aumentar, elevando o número de casos de câncer de pele.

Em resumo :

As Anomalias Cromossômicas Numéricas podem ser do tipo aneuploidia ou euploidia.

As aneuploidias não envolvem o genoma inteiro. Pode ocorrer o acréscimo ou redução de cromossomos.
  • Nulissomia      2n – 2
  • Monossomia    2n – 1
  • Trissomia        2n + 1
  • Tetrassomia    2n + 2

As euploidias envolvem o genoma inteiro.
  • Haploidia          n
  • Triploidia        3n
  • Tetraploidia    4n
  • Hexaploidia    6n

As Anomalias Cromossômicas Estruturais ocorrem por:
  • Deficiência – Falta um pedaço de cromossomo
  • Duplicação – Repetição de um segmento do cromossomo
  • Inversão – Rotação de 180O de um segmento do cromossomo
  • Translocação - Transferência ou troca de pedaço com cromossomo não-homólogo

domingo, 10 de maio de 2020

As mitocôndrias e o reprocessamento de energia na célula - 1 grau




As mitocôndrias apresentam duas membranas: uma externa (lisa) e uma interna (pregueada, formando as cristas mitocondriais). Elas extraem a energia acumulada nas moléculas orgânicas formadas na fotossíntese, guardando-a em moléculas de ATP, no processo chamado de respiração.

A respiração pode ser aeróbia ou anaeróbia.

respiração aeróbia é uma seqüência de reações de degradação das moléculas orgânicas, visando à liberação da energia nelas contidas, afim de guardá-las em moléculas de ATP, com a participação do oxigênio molecular (O2).

Acontece em três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória.
  • A glicólise acontece no citoplasma
  • O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial
  • A cadeia respiratória nas cristas mitocondriais. Durante o processo são utilizados a glicose ou outros metabólitos, o O2 e ADP, resultando na formação de CO2, H2O e 38 moléculas de ATP.

C6H12O6 + 6O2 --> 6CO2 + 6H2O + ENERGIA

respiração anaeróbia é uma forma de obtenção de energia pela oxidação de compostos orgânicos, porém com a utilização de substâncias inorgânicas como nitratos, sulfatos ou carbonatos no lugar do oxigênio. O ganho energético é inferior ao da respiração aeróbia. Ocorre em microorganismos como as bactérias denitrificantes do solo, as leveduras, etc.

O principal tipo é a fermentação que pode ser alcoólica, lática ou acética.
A fermentação é uma modalidade de respiração anaeróbia em que os íons hidrogênio liberados não são recolhidos nem pelo oxigênio (r. aeróbia) nem pelos compostos inorgânicos, mas sim pelos próprios subprodutos da degradação da glicose, como o ácido pirúvico.
  • Na fermentação alcoólica, o ácido pirúvico dá como produtos finais o álcool etílico e CO2.
  • Na fermentação lática, o ácido pirúvico se transforma em ácido lático.
  • Na fermentação acética, o ácido pirúvico forma ácido acético e CO2.

Os cloroplastos e o processo de fotossíntese - 1 grau




Os cloroplastos são ricos em clorofila e são responsáveis pela fotossíntese. O seu número é variável de célula para célula. Apresentam duas membranas, uma externa (lisa) e uma interna (pregueada, formando lamelas). Possuem DNA e são capazes de auto-reprodução.

fotossíntese é o fenômeno pelo qual os organismos clorofilados retêm a energia da luz e a utilizam na reação entre o CO2 e a água para obtenção de glicose (matéria orgânica), com liberação de O2 para o meio. A fotossíntese representa uma fonte permanente de matéria orgânica que é usada como alimento por todos os seres heterotróficos, como também possibilita a renovação constante do ar atmosférico, retirando o gás carbônico e liberando o oxigênio.

6CO2 + 12H2O --> C6H12O6 + 6H2O + 6O2

A fotossíntese compreende duas etapas: a fase luminosa e a fase escura.
A fase luminosa exige a participação da luz para a formação de ATP (adenosina trifosfato) e fotólise da água (rompimento da molécula de água com liberação de oxigênio).
Encerrada a primeira fase, tem prosseguimento a segunda, mesmo na ausência de luz, daí a denominação de fase escura.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Resumo sobre Fisiologia da Digestão



Nutrição: a obtenção de matéria e energia para o organismo
      
Para poder sobreviver os organismos vivos necessitam de abastecer-se de substâncias com as quais obtêm energia e materiais para o reparo de seu desgaste.
Se o organismo é jovem, parte desse material é destinada ao crescimento.
Através da nutrição o ser vivo obtém os átomos e as moléculas das substâncias que formam seu corpo.
Chama-se nutriente a qualquer substância essencial à manutenção da vida.
Os alimentos que ingerimos diariamente contêm esses nutrientes que podem ser classificados em macronutrientes e micronutrientes.
Como o próprio nome diz, macronutrientes são aqueles necessários em grande quantidade Os nutrientes necessários em pequenas quantidades são denominados micronutrientes.

Com relação à nutrição, os seres vivos podem ser divididos em dois grandes grupos:
os autótrofos e os heterótrofos.

Os organismos dotados de clorofila são capazes de realizar o processo conhecido como fotossíntese.
Pela fotossíntese eles transformam as substâncias minerais retiradas do ambiente (gás carbônico, água e sais minerais) em moléculas orgânicas formadoras de seu corpo.
São os organismos autótrofos fotossintetizadores.
Para a transformação das substâncias minerais em moléculas orgânicas é fundamental a energia da luz do Sol, que é transformada em energia química, ficando armazenada nos compostos orgânicos formados.
Algumas bactérias do solo também são autótrofas, só que não usam a energia da luz do Sol, mas sim a energia liberada nas reações de oxidação de minerais.
São os organismos autótrofos quimiossintetizadores, pois usam a energia química para fabricar compostos orgânicos.
Os outros seres vivos (animais, fungos, protozoários, etc.) dependem dos seres autótrofos para obter a matéria-prima necessária à construção de seu corpo e à produção de energia.
São os organismos heterótrofos.

Todas as células necessitam de alimentos que utilizam, em parte para obter energia e, em parte, como material de construção. Para os indivíduos heterótrofos, porém, os alimentos não se encontram no ambiente numa forma que lhes permita sua utilização direta pelas células. As grandes moléculas que deles fazem parte terão de ser desdobradas em moléculas menores, e essa é a finalidade da digestão.

A Digestão: A Quebra das Moléculas Grandes

Dá-se o nome de digestão às transformações químicas por que sofrem os alimentos a fim de serem incorporados e utilizados pelas células.
Tais transformações envolvem a fragmentação e a hidrólise de grandes moléculas, que são reduzidas a moléculas menores, solúveis em água e facilmente absorvíveis pelas células.

Podemos dividir o processo digestivo em três etapas.
  • Fragmentação das partículas nutritivas. Consiste na trituração dos alimentos. Para isso alguns animais dispõem de estruturas especializadas. Assim, os mamíferos, os répteis e os peixes dispõem de dentes; as aves utilizam a moela; os equinóides possuem a lanterna-de-aristóteles; os moluscos possuem a rádula; alguns artrópodos utilizam as mandíbulas, etc.
  • Redução das partículas alimentares em produtos solúveis.
  • Absorção dos nutrientes.

Há três tipos básicos de digestão: intracelular, extracelular e extracorpórea.

digestão intracelular ocorre no interior de vacúolos do citoplasma (vacúolos digestivos) graças à ação das enzimas dos lisossomos. É um tipo de digestão encontrado em protozoários e células de alguns animais como os coanócitos dos poríferos e os leucócitos e macrófagos dos vertebrados.

digestão extracelular ocorre fora das células, ou seja, numa cavidade (trato digestivo) ou fora do corpo. Esse tipo de digestão é encontrado em anelídeos, nematelmintos, equinodermos, moluscos, artrópodes, protocordados e vertebrados.

digestão extracorpórea acontece nos fungos e aranhas. Esses organismos lançam para fora suas enzimas digestivas e depois absorvem os nutrientes já digeridos. As cobras e estrelas-do-mar pré-digerem seus alimentos.

sábado, 18 de abril de 2020

Conceitos básicos sobre genética 1


a) Gene Considerado como a pequena unidade física da hereditariedade, é uma região do DNA responsável pelas informações que resultam na transcrição, podendo dar origem a uma cadeia polipeptídica.

b) Genoma Todos os genes de um organismo.
c) Alelos São as diferentes formas de expressão de um gene.
d) Cromossomos Em cada célula, a molécula de DNA está organizada, formando estruturas denominadas cromossomos.
e) Cromossomos homólogos São aqueles que formam pares em células diploides. Podemos dizer que, em cada par, um cromossomo tem origem materna e o outro origem paterna. As cromátides-irmãs são aquelas resultantes do processo de duplicação do DNA que geralmente ocorrem antes do ciclo celular, e que são unidas pela região do centrômero.
f) Locus Lugar ocupado pelo gene no cromossomo.
g) Genótipo Caracteriza a constituição genética do organismo.
h) Fenótipo Manifestação das informações presentes nos genes. O fenótipo é tudo aquilo que pode ser detectável no indivíduo.
Fenótipo = Genótipo + Meio Ambiente
Os genes e o ambiente em conjunto determinam as características reais do organismo.


Resumo sobre vírus e bactérias


1. Caracterização dos vírus

Os vírus são visíveis na microscopia eletrônica, e constituídos basicamente de um capsídio de natureza proteica e ácido nucleico (DNA ou RNA). São estruturas acelulares que atuam como parasitas obrigatórios de células vivas, utilizando seu equipamento bioquímico.
1.1. Algumas Viroses
a) AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) É caracterizada por uma intensa debilitação do sistema imune, permitindo o desenvolvimento de infecções provocadas por diversos micro-organismos oportunistas. A palavra síndrome refere-se a um conjunto de sinais e sintomas que pode ser produzido por mais de uma causa.
Transmissão: relações sexuais com parceiros contaminados; transfusões com sangue contaminado com HIV; agulhas e outros instrumentos contaminados com HIV; placenta e amamentação de mães contaminadas com HIV.
b) Dengue A dengue é causada por um vírus transmitido aos humanos pela picada das fêmeas de mosquitos Aedes aegypti. Não existe vacina contra a dengue, sua prevenção se dá pelo combate aos mosquitos transmissores.
Prevenção: eliminar locais onde o mosquito se reproduz, não deixando acumular água em garrafas, latas, pneus, etc; tampar caixas d’água; usar telas protetoras em janelas e portas; uso de repelentes.

2. Caracterização das bactérias

As bactérias são seres procariotos e unicelulares. Podem ser autótrofas (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes) ou heterótrofas.
2.1 Importância
a) Ação decompositora Convertem matéria orgânica em inorgânica.
b) Fertilização do solo Realizam a fixação do nitrogênio.
c) Digestão da celulose Produzem enzimas que degradam a celulose no sistema digestivo dos animais ruminantes.
d) Emprego industrial Produção de alimentos e bebidas.
e) Ação patogênica São causadoras de diversas doenças: cólera, meningite meningocócica, tuberculose, tétano, sífilis, gonorreia, leptospirose.
2.2 Algumas Bacterioses
a) Transmissão pela água e alimentos contaminados Tifo, cólera, leptospirose.
b) Transmissão através de gotículas de muco e saliva Coqueluche, pneumonia, tuberculose, difteria.
c) Transmissão através de ferimentos com objetos cortantes Tétano.
d) Transmissão através de contato sexual Gonorreia, sífilis.

Resumo de Ecologia


1. Conceitos gerais

a) Ecologia
A ecologia estuda a vida na Terra, sua relação com o meio (fatores abióticos), e a relação dos seres vivos entre si (fatores bióticos).
b) Ecossistema 
É a unidade básica do estudo da ecologia, correspondendo o conjunto de seres vivos de diferentes espécies (comunidade) interagindo entre si, e com os fatores fisico químicos do meio à sua volta (luz, umidade, salinidade, solo).
c) Biótopo
É o espaço físico delimitado onde está estabelecido o ecossistema.
d) Biocenose
A comunidade biótica presente em um ecossistema. Pode ser definida como o conjunto de populações que habitam um determinado ambiente.
e) População
Referência ao grupo de indivíduos de uma mesma espécie que vive em um mesmo ambiente.
f) Habitat
Os organismos vivos possuem certo grau de adaptação a determinados ambientes, estabelecendo moradia, procriação e busca alimentos. Esse local passa a caracterizar o habitat natural da espécie.
g) Nicho ecológico
É a forma como cada indivíduo explora os recursos do meio. É o conjunto de atividades que desenvolve em seu habitat.

2. Cadeias e teias alimentares

Os ecossistemas apresentam os fatores bióticos representados por três categorias de seres vivos: os produtores, os consumidores e os decompositores.
a) Produtores
São os organismos autotróficos que introduzem energia nas cadeias alimentares, através da fotossíntese ou da quimiossíntese. São indispensáveis em qualquer ecossistema, pois são os únicos organismos capazes de transformar compostos inorgânicos em compostos orgânicos, que servirão de alimento aos seres heterotróficos.
b) Consumidores
Alimentam-se de produtores atuando como consumidores primários, ou de outros animais, ao longo da cadeia alimentar, podendo ser consumidores secundários, terciários ou quaternários, dependendo de sua posição na cadeia.
c) Decompositores Realizam a conversão de matéria orgânica em matéria inorgânica. Uma parte da matéria orgânica proveniente dos alimentos é oxidada no corpo dos seres vivos para obtenção da energia necessária às suas atividades vitais. Nesse processo (respiração celular) são formados e liberados para o ambiente gás carbônico e água (respiração celular aeróbia) ou outros produtos (fermentação, processo realizado por algumas bactérias e por alguns fungos)

3. Relações ecológicas

As relações ecológicas podem ser classificadas em:
a) Intraespecíficas ou homotípicas Quando ocorrem entre seres da mesma espécie.
b) Interespecíficas ou heterotípicas Quando ocorrem entre seres de espécies diferentes.
c) Positivas ou harmônicas
Quando não há prejuízo para nenhuma população nem para os indivíduos associados.
d) Negativas ou desarmônicas
Quando, pelo menos, um dos indivíduos ou uma das populações é prejudicada na associação.
3.1 Sociedades
Associações de indivíduos independentes, anatomicamente separados, organizados cooperativamente, com divisão de trabalho e um grau elevado de hierarquia (abelhas, formigas).
3.2 Colônias
Ao contrário das sociedades, nas colônias os organismos encontram-se unidos anatomicamente, de tal maneira que podem até ser confundidos com um só organismo, formando uma unidade estrutural.
3.3 MutualismoÉ um tipo de simbiose em que ambas as espécies que interagem obtêm benefícios; caracteriza-se por ser obrigatória, permanente e indispensável à sobrevivência dos indivíduos associados. Ex: líquens.
3.4 Protocooperação
A cooperação é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que ambos se beneficiam, mas cuja coexistência não é obrigatória. Ex: pássaro-palito e crocodilo.
3.5 Competição
Interação em que indivíduos disputam os mesmos recursos ambientais.
3.6 Predatismo
É a interação desarmônica na qual um indivíduo (predador) ataca, mata e devora outro (presa) de espécie diferente. A morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua ingestão.
3.7 Parasitismo
É a associação desarmônica entre indivíduos de espécies diferentes na qual um vive à custa do outro, prejudicando-o. Ex: piolho, carrapato.

4. Ciclo do nitrogênio

O ciclo do nitrogênio consiste na passagem de átomos de nitrogênio de substâncias inorgânicas do meio físico para moléculas orgânicas constituintes dos seres vivos e vice-versa. O nitrogênio é um dos componentes essenciais na composição química dos seres vivos, pois ele entra na constituição de moléculas de aminoácidos, proteínas e as bases nitrogenadas dos ácidos nucleicos.
a) Fixação ou biofixação
É a transformação de N2 atmosférico em amônia (NH3) executada por bactérias chamadas fixadoras.
b) Nitrificação
A ação conjunta das bactérias nitrosas (Nitrosomonas) e nítricas (Nitrobacter) permite a transformação da amônia em nitrato.
c) Desnitrificação
É a transformação de nitritos e nitratos em N2, que é devolvido à atmosfera.

RESUMO SOBRE CÉLULAS-TRONCO



São células indiferenciadas capazes de se transformar nos mais diversos tecidos orgânicos. São encontradas em embriões, no cordão umbilical e em diversas partes do organismo adulto, como medula óssea e sangue.

CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
São as células-tronco mais versáteis, capazes de se especializar em qualquer tecido do organismo. Todos os 200 tipos em que se dividem os 75 trilhões de células do corpo humano adulto derivam dessas células. Extraídas do embrião na primeira semana após a fertilização do óvulo pelo espermatozóide, as células-tronco constituem grande promessa de cura de diversas doenças.
CÉLULAS-TRONCO ADULTAS
Têm uma capacidade limitada de diferenciação, em geral restrita ao tecido do qual derivam. Estão presentes em vários tecidos, como medula óssea, pele, sangue e cérebro. São usadas há muitos anos no transplante de medula, na reposição de sangue em casos de leucemia e outras doenças do sangue. Há, ainda, as células do cordão umbilical - de versatilidade intermediária entre as adultas e as embrionárias.
CLONAGEM REPRODUTIVA
Método que permite a criação de um ser vivo a partir da transferência do núcleo de uma célula adulta para um óvulo cujo núcleo original fora removido. Depois, o óvulo é implantado no útero de uma fêmea, que faz o papel de"barriga de aluguel': Foi o método usado na clonagem da ovelha Dolly, em 1996. Apesar dos boatos, jamais se comprovou que alguém tenha conseguido clonar um ser humano.

CLONAGEM TERAPEUTICA
Mesmo método da clonagem reprodutiva, mas sem a implantação no útero. Ele permite a obtenção de células-tronco embrionárias. A vantagem é que, em caso de transplante, os tecidos gerados a partir delas não sofrem rejeição do organismo.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

RESUMO SOBRE CORONAVIRUS



Coronavírus é um grupo de vírus cujo material genético é o RNA e que causa problemas respiratórios em seres humanos.

O prefixo “corona” deve-se ao fato desses vírus apresentarem proteínas no envelope viral que se projetam para fora, dando o aspecto de uma coroa ao vírus.

O que o coronavírus causa no ser humano?
De um modo geral, os coronavírus causam doenças respiratórias leves, muito semelhante a um resfriado comum (os sintomas envolvem coriza, dor de garganta, febre. Em idosos e em pessoas com sistema imunológico debilitado, pode desencadear um quadro de pneumonia).

A partir do início do século XXI, foram detectadas certas doenças respiratórias mais graves causadas por coronavírus.

Em 2002, na China, a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) foi causada por um tipo de coronavírus e causou a morte de mais de 800 pessoas, principalmente, na Ásia.

Em 2012 surgiu a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). O vírus foi encontrado também em camelos e morcegos. Os sintomas são muito parecidos ao da gripe comum. Contudo, pode haver manifestação de febre alta, dor no peito, coriza, dor no corpo… .

Em 2020, surgem uma nova forma de coronavírus, na China (Wuham) e já provocou a morte de mais de uma centena de  milhares de pessoas, em diversos países, inclusive no Brasil (1ª morte ocorreu em 23 de janeiro de 2020, em Minas Gerais).

Como ocorre a contaminação pelo coronavírus?
De um modo geral, a transmissão do coronavírus ocorre pelo ar ou por meio de secreções eliminadas pelo doente (tosse, fala, espirro). O contato pessoal como aperto de mão e o contato com objetos ou superfícies contaminadas (dinheiro, maçanetas, alças de transportes públicos, balcões…) , seguido de contato com boca, nariz ou olhos é outra forma de contaminação.

Medidas profiláticas para coronavírus:

Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
Realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
Manter os ambientes bem ventilados;
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Sistema Tegumentar

  O sistema tegumentar é composto por pele e anexos (pelos, unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias). A pele é formada por epiderm...