Os principais ecossistemas brasileiros são: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Mata dos Cocais, Pantanal, Mata de Araucárias, Mangue e Pampas.
Distribuição geográfica dos ecossistemas brasileiros
O Brasil possui um vasto território, os tipos de clima e de solo são muito variados, o que confere diferentes condições ambientais.
Amazônia
A Amazônia constitui a maior área remanescente de florestas tropicais do mundo. Ela ocupa cerca de 49,29% do território brasileiro.
Localização: Abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e uma porção do Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.
Condições climáticas: Clima quente e úmido, com temperaturas variando entre 20ºC a 41ºC durante o ano. As precipitações pluviométricas são superiores a 1800 mm/ano. A umidade na região apresenta índices de 80 a 100%.
Flora: Castanheira-do-pará, a seringueira, a sumaúma, o guaraná e uma diversidade de plantas epífitas.
Fauna: insetos, anfíbios, jiboias, sucuris, bichos-preguiça, peixe-boi, botos, onças-pintadas e pirarucu.
Caatinga
A Caatinga representa 10% do território brasileiro. Uma de suas principais características são suas plantas que se adaptaram à falta de água do ambiente.
A sobrevivência das plantas da Caatinga é sua resistência em períodos de seca, visto que elas armazenam água em seus troncos e folhas.
Localização: Abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e Norte de Minas Gerais.
Condições climáticas: Clima semi-árido, com índices pluviométricos entre 500 mm a 700 mm anuais e temperatura entre 24ºC a 26ºC.
Flora: A vegetação é formada por plantas adaptadas ao clima seco. As plantas possuem folhas transformadas em espinhos, cutículas impermeáveis e caules que armazenam água. Essas características correspondem às plantas xeromórficas. Como exemplos, estão as cactáceas (mandacaru e facheiro).
Fauna: Alguns animais típicos da Caatinga são o preá, veado, calango, iguanas, onças e macaco-preto.
Cerrado
O Cerrado é um bioma do tipo savana, com árvores espaçadas uma das outras e de pequeno porte.
Este é considerado um dos ecossistemas brasileiros que mais vem sofrendo com o desmatamento causado pelo avanço das plantações agrícolas.
Localização: Ocupa a região central do Brasil. Abrange os estado de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo e Paraná.
Condições climáticas: O clima é relativamente quente. As temperaturas anuais variam de 21ºC a 27ºC. Possui uma época seca, com possibilidade da vegetação pegar fogo naturalmente.
Flora: As árvores possuem uma casca grossa, troncos retorcidos e raízes profundas. Existe um predomínio de gramíneas e plantas herbáceas. Destacam-se o ipê, peroba-do-campo e pequi.
Fauna: Alguns animais característicos são os gambás, tamanduás, lobo-guará, cutias, antas, tatus e suçuarana.
Mata Atlântica
Também chamada de floresta Atlântica, é um dos ecossistemas mais devastados do Brasil.
Estima-se que existam apenas 5% da sua vegetação original. Aproximadamente 70% da população brasileira vivem na área desse bioma.
Localização: Estende-se do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.
Condições climáticas: Clima subtropical úmido ao sul e tropical úmido ao norte.
Flora: As plantas apresentam folhas largas e perenes. A vegetação é rica em plantas epífitas. As plantas características deste ecossistema são os ipês, pau-brasil, jacarandá, jequitibás e palmeiras.
Fauna: Os animais representativos da Mata Atlântica são as jaguatiricas, saguis, mico-leão-dourado, tucanos e papagaios.
Mata dos Cocais
A Mata dos Cocais é considerada uma “mata de transição” e está localizada entre as florestas úmidas da Amazônia e a Caatinga.
Este ecossistema já foi muito explorado, ainda no período colonial,para extração de produtos específicos, como o óleo de babaçu e a cera de carnaúba. Com o passar do tempo as plantações de soja tomaram uma dimensão extensa, o que contribui com a destruição do ambiente.
Localização: Abrange os estado do Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.
Condições climáticas: Apresenta índices elevados de chuva, com 1500 mm a 2200 mm. A temperatura média anual é de 26ºC.
Flora: A espécie mais característica desse ecossistemas é a palmeira Orbignya martiana, o babaçu. Essa palmeira possui importância econômica para a população, pois de suas sementes se extrai um óleo e as folhas são usadas para cobertura de casas.
Fauna: Apresenta diversas espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos, Os animais característicos são a arara-vermelha, gavião-rei, ariranha, gato-do-mato, macaco-prego, lobo-guará, boto, jacu, paca, cotias, acará-bandeira, dentre outros.
Pantanal
O pantanal é considerado a maior planície inundada do Brasil. Isso ocorre em alguns períodos do ano, onde determinadas áreas podem ficar parcialmente ou totalmente submersas.
É um dos biomas com maior diversidade de animais e plantas.
Localização: Oeste de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Condições climáticas: Clima Tropical Continental. No verão, as temperaturas atingem 32ºC, enquanto no inverno, chegam a 21ºC.
Flora: Apresenta poucas espécies endêmicas, ou seja, próprias deste ecossistema. A palmeira carandá é a mais representativa.
Fauna: A fauna é diversificada. Existem moluscos, crustáceos e peixes, como o dourado, pau, jaú, surubim e piranhas. Além de tuiuiús, socós, sara-curas, jacarés, capivaras, onças e veados.
Mata de Araucárias
Recebe esse nome uma vez que a região está repleta de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), conhecido como Araucária.
A Mata das Araucárias apresenta, de forma bem definida, as diferentes estações do ano, ou seja, os invernos são frios e os verões são quentes
Localização: Abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Condições climáticas: Apresenta temperaturas baixas no inverno. O índice pluviométrico é de 1400 mm anuais.
Flora: A espécie mais representativa é a Araucária, que pode atingir até 25 m de altura. Também podem ser encontradas samambaias e plantas epífitas.
Fauna: Existem de mamíferos, aves, répteis e insetos.
Manguezais
Os manguezais são biomas litorâneos com vegetação arbustiva que se desenvolve em um solo lodoso e salgado.
Para o meio ambiente, este é um importante ecossistema pois ele evita o assoreamento das praias, funcionado como uma barreira.
Localização: Estende-se por toda a costa brasileira. Entretanto, pode penetram vários quilômetros no continente, seguindo o curso de rios, cujas águas encontram, as águas salgadas durante a maré cheia.
Flora: Existem três espécies principais de mangue, o Mangue-vermelho, com predomínio da espécie Rhizophora mangle; Mangue-branco, com predomínio da espécie Laguncularia racemosa eo Mangue-preto, com predomínio da espécie Avicennia schaueriana.
Fauna: Predominam caranguejos, moluscos e aves, como as garças.
Pampas
Também chamado de campos ou campos sulinos. Representa um tipo de pradaria.
Ocorre em locais onde a região de relevo apresenta topos arredondados. A pecuária é considerada a principal atividade econômica.
Localização: Predomina no Norte do Rio Grande do Sul.
Condições climáticas: O clima do Pampa é subtropical com as quatro estações do ano bem definidas.
Flora: Predomínio de gramíneas e arbustos. Algumas plantas são louro-pardo, cedro, capim-forquilha, grama-tapete, pau-de-leite, unha-de-gato, babosa-do-campo, cactáceas, timbaúva, araucárias, algarrobo, palmeira anã.
Fauna: onça-pintada, jaguatirica, macaco-prego, guariba, tamanduá, ema, perdigão, perdiz, quero-quero, joão-de-barro, veado-campeiro, preá, tuco-tucos, tucanos, saíras, gaturamos.
Zonas de transição dos biomas brasileiros
As zonas de transição dos biomas brasileiros, também conhecidas como ecótonos, são as regiões resultantes do contato entre dois ou mais biomas limítrofes. Dessa forma, nessas áreas de transição ambiental, diferentes comunidades ecológicas ou biomas entram em contato adquirindo características específicas a partir dessa junção entre fauna e flora.
Sendo assim, as zonas de transição dos biomas brasileiros costumam ser ricas em espécies, sejam elas provenientes dos biomas que o formam ou espécies endêmicas, características dessa região. Isso mesmo! Em outras palavras, essas áreas podem conter espécies que não são provenientes dos biomas vizinhos, mas desse “entre biomas” que está na transição.
Nesse sentido, por serem ecossistemas formados entre outros ecossistemas, essas regiões têm necessidades de conservação que pressupõem maiores cuidados. Dessa forma, as combinações de espécies, relacionadas aos diversos fatores naturais como clima, altitude, latitude, longitude, tipo de solo, entre outros, exigem uma atenção especial e um estudo das especificidades de cada ecótono, ou zona de transição.
Zonas de transição dos biomas brasileiros: indicadoras das mudanças climáticas
Primeiramente, essas regiões são consideradas por cientistas potenciais indicadores das mudanças climáticas em nosso planeta, já que são dinâmicas e sensíveis às variações de temperatura. Sendo assim, além das respostas observadas nas paisagens, de acordo com o modo como as diferentes espécies se adaptam, também é notável que essas áreas podem aumentar ou diminuir seu tamanho ao longo dos anos, avançando ou retraindo-se mais em relação aos biomas de seu entorno.
Em síntese, no Brasil temos a presença de algumas zonas de transição com características bem específicas, existentes entre alguns dos principais biomas do país. Em 2003, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA) desenvolveu uma pesquisa que determinou as três principais zonas de transição (ecótonos) brasileiras, o que veio a facilitar as tarefas e esforços de conservação desses ecossistemas. A princípio, as áreas de transição brasileiras compreendem um território de cerca de 675 mil quilômetros quadrados.
a) As três principais zonas de transição dos biomas brasileiros
Zona Cerrado-Amazônia
Em primeiro lugar, temos a zona de transição entre o Cerrado e a Amazônia, que envolve as matas secas de Mato Grosso, em uma área de aproximadamente 414 mil quilômetros quadrados. Essa região, chamada de Cerrado-Amazônia, abrange 4,85% do território do país, sendo maior inclusive que os biomas Campos Sulinos e Costeiro juntos.
Em síntese, ela está quase toda localizada dentro do arco do desmatamento da Amazônia Legal e já teve aproximadamente 60% de sua área desmatada. Assim, ali se encontra a maior concentração do país de Mata Seca – vegetação que não possui associação com cursos de água e umidade permanente, caracterizada por diversos níveis de queda das folhas durante a estação seca, vide Figura 1.
A Mata Seca, também conhecida como floresta mesófila semidecídua, é um tipo florestal com características comuns às do Cerrado, sendo rodeada perifericamente por manchas desse bioma.
Zona Amazônia-Caatinga
A zona de transição Amazônia-Caatinga, com área aproximada de 144.583 quilômetros quadrados – correspondente a 1,7% do território nacional, é a segunda maior entre as três e é composta principalmente pelas florestas de babaçu do Maranhão.
Primeiramente, lá existe o babaçu (Orbygnia phalerata mart), uma palmeira nativa das regiões norte e nordeste do nosso país, que mede de 17 a 20 metros de altura. Assim, ocupando áreas de desmatamento da floresta primária, as florestas de babaçu se estendem em uma zona de transição entre as florestas úmidas da bacia amazônica e o Semiárido nordestino.
Em primeiro lugar, a vegetação nessa região é progressivamente mais exuberante conforme se avança para o oeste, reflexo do aumento da umidade quando se parte do Semiárido rumo aos domínios da Floresta Pluvial. Sendo assim, essa vegetação natural e a própria zona de transição são bastante conhecidos como Mata dos Cocais. Ali, entre os estados do Maranhão e Piauí, encontramos em grande quantidade o babaçu, do qual se extrai um óleo utilizado em lubrificantes, cosméticos, margarinas e sabões.
Simultaneamente, essa zona de transição tem uma mescla das características da Floresta Amazônica, do Cerrado e da Caatinga. Sendo assim, seus índices pluviométricos são elevados e, além do babaçu, a flora inclui outras palmeiras com folhas grandes e finas, como a carnaúba e o buriti.
Zona Cerrado-Caatinga
Nessa zona, chamada de Cerrado-Caatinga, a vegetação é mais rica que a da Caatinga, composta por florestas de árvores de folhas secas. Em síntese, o clima local é mais seco do que o identificado na região sob domínio do Cerrado. A maior parte desse, que é o menor entre os três ecótonos brasileiros em destaque, fica na fronteira entre o Cerrado e o Sertão nordestino, no interior de estados que abrigam o Semiárido dessa região brasileira.