segunda-feira, 30 de março de 2020

COMPONENTES INORGÂNICOS DA MATÉRIA VIVA 2



Propriedades Gerais da Água

 A polaridade da água
A água tem uma estrutura molecular simples. Ela é composta de um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio. Cada átomo de hidrogênio liga-se covalentemente ao átomo de oxigênio, compartilhando com ele um par de elétrons.
O oxigênio também tem um par de elétrons não compartilhados. Assim, há 4 pares de elétrons em torno do átomo de oxigênio, dois deles envolvidos nas ligações covalentes com o hidrogênio e dois pares não-compartilhados no outro lado do átomo de oxigênio.

Ambiente aquoso terrestre conduziu os seres vivos a utilizarem se das propriedades da água. Essas propriedades são: Interações fracas em sistemas aquosos, por meio de pontes hidrogênio com solutos polares. Compostos não polares produzem mudanças desfavoráveis na estrutura da água, por exemplo, os lipídeos. Interações fracas são importantes para função e estrutura das macromoléculas. Solutos afetam as propriedades coligativas de soluções aquosas (osmose). A dissociação da água pode ocorrer por meio de ácidos ou bases fracas (pH).

A água é uma molécula “polar”, o que quer dizer que ela tem uma distribuição desigual da densidade de elétrons. A água tem uma carga negativa parcial ( -) junto ao átomo de oxigênio por causa dos pares de elétrons nãocompartilhados, e tem cargas positivas parciais ( +) junto aos átomos de hidrogênio.

A atração eletrostática entre as cargas positivas parciais dos átomos de hidrogênio e a carga negativa parcial do átomo de oxigênio resulta na formação de uma ligação denominada “ponte” de hidrogênio. A ponte de hidrogênio ocorre entre os átomos de hidrogênio quando ligado a elementos químicos eletronegativos.

Tais ligações permitem a união entre as moléculas de água. Sem as pontes de hidrogênio, a temperatura de ebulição da água poderia chegar a -80º C, existindo na superfície terrestre somente na forma gasosa. Compostos similares ocorrem na natureza sob a forma de gases, com temperaturas de fusão e ebulição bem abaixo de 0ºC. A água é única porque ocorre nos três estados da matéria sólido, líquido e gasoso sob condições atmosféricas bastante restritas.

Várias propriedades peculiares da água são devidas às ligações de hidrogênio. A flutuação do gelo pode ser citada como exemplo, uma vez que tais ligações mantêm as moléculas de água mais afastadas no sólido do que no líquido, onde há uma ligação hidrogênio a menos por molécula. Também é devido às ligações de hidrogênio o elevado calor de vaporização, a forte tensão superficial, o alto calor específico e as propriedades solventes quase universais. Em função da natureza química de sua molécula, as propriedades físicas e químicas da água diferem muito das de qualquer outra substância, o que a caracteriza como constituinte fundamental da matéria viva e do meio que a condiciona.

Dissolução
Uma das propriedades mais importantes da água líquida é a sua capacidade de dissolver substâncias polares ou iônicas para formar soluções aquosas. A interação entre as moléculas do solvente (água) e as do soluto são responsáveis pelo processo de solubilização: cada íon negativo, situado no interior de uma solução aquosa, atrai as extremidades positivas das moléculas de água vizinhas, o mesmo acontecendo com os íons positivos relativamente às extremidades negativas.

Isso faz com que os íons fiquem como que recobertos por uma camada de moléculas de água solidamente ligadas a eles, o que confere grande estabilidade à solução. Nisso consiste o importante fenômeno da hidratação dos íons. A hidratação dos íons é que promove a “quebra” do retículo cristalino da substância iônica, ou seja, a dissolução: as forças existentes entre os cátions e ânions no sólido (ligação iônica) são substituídas por forças entre a água e os íons. Muitos compostos não iônicos também são solúveis em água, como por exemplo, o etanol. Esta molécula contém uma ligação polar O-H tal como a água, que permite à molécula fazer ligações intermoleculares.

Propriedades físicas e químicas
A água, em seu estado natural mais comum, é um líquido transparente, assumindo a cor azul esverdeada em lugares profundos. Possui uma densidade máxima de 1 g/cm3 a 4ºC e seu calor específico é de 1 cal/ºC. No estado sólido, sua densidade diminui até 0,92 g/cm3, mas são conhecidos gelos formados sob pressão que são mais pesados que a água líquida. Suas temperaturas de fusão e ebulição à pressão de uma atmosfera são de 0 e 100ºC, respectivamente, muito superiores às temperaturas de fusão e ebulição de outros compostos parecidos com a água. Ela é um composto estável que não se decompõe em seus elementos até 1.300º. Reage com os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb e Cs) formando uma base e desprendendo hidrogênio:

Na + H2O →NaOH + H2.

Reage com alguns óxidos metálicos para formar hidróxidos,
como por exemplo:

CaO + H2O → Ca(OH)2,

e com os não-metálicos para formar ácidos,

SO2 + H2O →H2SO3


Significados biológicos e propriedades da água usadas pelos seres vivos

Ponto de fusão e ebulição elevados: são consequência da formação de pontes de Hidrogênio, necessitando portanto maior energia para rompê-las.
Calor específico da água (caloria): é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1 g de água de 15, para 16oC.
Calor de vaporização: Se 1 kg de água absorver 1Kcal de calor, sua temperatura aumenta 1oC. Porém, a vaporização de apenas 2g de água, diminuem a temperatura de 998g de Água restantes, em 1 oC. Esse efeito de resfriamento minimiza a perda de água por grandes variações de temperatura (funciona como termostato): ex: SUOR.
Calor de fusão: O calor depreendido pela água no congelamento minimiza mudanças de temperatura no inverno. O calor absorvido quando o gelo derrete, diminui as mudanças de temperatura na primavera.
 Tensão superficial: capilaridade: é uma camada na superfície do líquido que faz com que sua superfície se comporte como uma membrana elástica que não deixa o objeto afundar. Isso ocorre devido às moléculas da água, que interagem entre si, por ligações de hidrogênio.
Densidade: O congelamento da água ocorre com aumento de volume e diminuição da densidade. Logo, quando ocorre formação de gelo, sempre será de cima para baixo.

Águas doces
São assim chamadas as águas terrestres que têm uma salinidade muito baixa. Sua principal fonte é a chuva, que é água quase pura, pois contém apenas uma pequena quantidade de oxigênio e de
dióxido de carbono (CO2) em solução.

Água salgada
Em comparação com a água doce, a água dos mares e oceanos contém grandes quantidades de sais, embora tal salinidade não seja igual em todos eles. A maior salinidade registrada encontra-se
no Mar Vermelho, com 39 gramas por litro, e a menor, a do Mar Báltico, com 30 gramas por litro. Dentre os elementos dissolvidos na água do mar, há seis que perfazem mais de 99% da massa dos
sais: cloro, sódio, enxofre (sob a forma de íon sulfato), magnésio, cálcio e potássio. O cloreto de sódio (NaCl) corresponde a 77% dos sais contidos na água do mar, dando-lhe sabor salgado.

COMPONENTES INORGÂNICOS DA MATÉRIA VIVA 1



Sais Minerais
A água e os alimentos que você ingere trazem em sua composição certa porcentagem de elementos minerais que atuam principalmente como reguladores da atividade celular. Os sais minerais representam cerca de 1% do total da composição celular. Podem ser encontrados sob a forma insolúvel, entrando na composição de estruturas esqueléticas e de sustentação, como os ossos, nos vertebrados, ou os pólipos de corais ou carapaças de algas diatomáceas, entre outras. Quando os sais minerais se encontram dissolvidos em água, formam os íons. É sob essa forma que eles desempenham a sua atividade reguladora fundamental.

A seguir, relacionaremos alguns dos principais íons com o seu respectivo papel biológicos.

(PO4—-) Íon Fosfato
É encontrado nos líquidos intercelulares e no plasma sangüíneo.
No esqueleto, o íon fosfato, sob a forma de fosfato de cálcio, confere rigidez aos ossos. São
fundamentais nos processos de transferência de energia na célula.

(Mg ++) Íon Magnésio
É o átomo central das moléculas de clorofila. Essa substância é fundamental na captação da energia solar, indispensável para a realização do processo de fotossíntese. (Cl-) Íon Cloreto - É um dos componentes do suco gástrico de animais sob a forma de ácido clorídrico HCl. Participa dos processos de equilíbrio hídrico celular.

(Na+) Íon Sódio
É o único íon que deve ser adicionado artificialmente à alimentação sob a forma de cloreto de sódio (NaCl - sal de cozinha), pois não se encontra nos alimentos em concentrações compatíveis com as necessidades celulares humanas. Está ligado à condução de estímulos nervosos nos neurônios.

(K+) Íon Potássio
Também está relacionado à condução de estímulos nervosos e ao equilíbrio hídrico das células. Ao contrário do sódio, encontrase em maior concentração no meio intracelular e em menor concentração no meio extracelular.

(Fe++) Íon Ferro
É um dos constituintes das moléculas da hemoglobina presente nas hemácias, responsável pelo transporte de gases da respiração pelo sangue. Também atua na fotossíntese.

(Ca++) Íon Cálcio
A maior parte do cálcio encontrado no organismo encontra-se sob a forma insolúvel (sais de cálcio) como componente do esqueleto. Está presente sob a forma iônica nos músculos, participando da contração muscular, nos líquidos intercelulares, linfa e no plasma sangüíneo, em que auxilia no processo de coagulação. Os compostos orgânicos são constituídos por moléculas menores denominadas de monômeros, os quais se ligam quimicamente, constituindo moléculas bem maiores e mais complexas, denominadas de
polímeros.

A Lógica Molecular da Vida



A bioquímica é o estudo da base molecular da vida. Os mecanismos químicos de muitos processos centrais da vida são agora conhecidos. A descoberta da estrutura em dupla hélice do ácido desoxirribonucléico (DNA), a elucidação do fluxo de informação do gene para proteína, a determinação da estrutura tridimensional e dos mecanismos de ação de muitas moléculas protéicas, o esclarecimento das vias metabólicas centrais são alguns dos mais destacados feitos da bioquímica.

Muito também se aprendeu acerca dos mecanismos moleculares que colhem energia, detectam sinais e processam informações. O rápido desenvolvimento de poderosos conceitos e técnicas nos últimos anos tornou possível aos pesquisadores enfrentar alguns dos mais desafiantes e fundamentais problemas em biologia e medicina.

Como um óvulo fertilizado dá origem à célula tão diferente quanto as de músculo, cérebro e fígado? Como as células se encontram umas com as outras para formar um órgão complexo? Como é controlado o crescimento das células? Quais são as bases do câncer? Qual é o mecanismo molecular da memória? Qual é a base molecular de distúrbios tais como a doença de Alzheimer e a esquizofrenia?

Em meados do século XIX, com o emprego de métodos químicos para estudar os seres vivos, constatou-se que eles são constituídos por vários elementos presentes também no mundo mineral.

Modernamente, a composição química da célula é bastante conhecida e estudada em um ramo da Biologia Celular denominado de Bioquímica Celular ou Citoquímica. A composição química da célula é a composição química da vida.
Apesar da grande diversidade de formas de vida, todas apresentam em comum uma composição química básica com certos elementos, como carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S), variando somente em quantidade, de um grupo celular para outro ou de um grupo de ser vivo para outro. Os compostos que constituem os seres vivos estão divididos em dois grupos:
inorgânicos (água, sais minerais) que também são encontrados livremente no mundo mineral e orgânicos (proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos), que resultam da atividade metabólica das células.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Histórico da Classificação dos Seres Vivos para o ensino fundamental



O ser humano, desde sua origem, tenta classificar os seres vivos, na tentativa de compreender o mundo à sua volta. Tal classificação evoluiu de classificações rudimentares, como: animais para caçar e animais para fugir, plantas comestíveis e não comestíveis para uma classificação complexa.  Essa forma, baseada na hierarquia de grupos como gêneros, espécies, famílias, dentre outros, gerou a ciência hoje chamada de Taxonomia.


Dentre algumas das concepções mais antigas de como classificar os seres vivos está a de Aristóteles. O filósofo grego diferenciava os seres a partir de presença ou ausência de sangue vermelho ou por tipo de reprodução. 

Entretanto, Aristóteles também classificou os seres em dois grandes grupos: Os animais, caracterizados pelo movimento e as plantas, que eram estáticas. Ambos os grupos eram subdivididos em relação ao ambiente habitado por tais seres, como em, por exemplo: terrestre, aquático, aéreo e etc.

Séculos mais tarde,  o professor Sueco Karl von Linné cria um sistema mais completo e complexo de classificação dos seres vivos, que é descrito pelo mesmo em seu livro Species Plantarum, de 1753.
Lineu, como Linné é referido na língua portuguesa, desenvolveu um sistema de classificação de seres baseado em hierarquias, partindo do Reino e indo até a espécie. A partir de tais hierarquias, o professor criou um sistema de nomenclatura binomial de seres, a partir do nome do gênero e da espécie do ser, utilizando-se do latim para tal.

Grande parte do sistema taxonômico de Lineu ainda é utilizado atualmente na ciência, como, por exemplo, as regras que regem as nomenclaturas e classificações de plantas e fungos que , por exemplo, estão contidas no código internacional de nomenclatura botânica, mantido pela associação internacional para taxonomia das plantas.

Com o surgimento da teoria da evolução de Charles Darwin, o biólogo Ernst Haeckel começou a aplicá-la à taxonomia. Ernst dizia que, a partir da teoria de Darwin, não era mais aceitável agrupar os seres baseando-se somente em características similares aos mesmos, deve-se classificar os seres baseando-se também em seu processo evolutivo. A primeira árvore filogenética foi publicada em seu livro General Morphology of Organisms, de 1866. Tal árvore incluía o ser humano como um dos seres classificados em família, gênero e espécie.

Haeckel, a partir de seus estudos, propôs a adição de um novo reino aos já existentes. Seria o reino protista, que agrupava organismos unicelulares já que, para Ernst, não era possível distinguir animais de plantas em tais organismos. Inicialmente, haviam eucariontes e procariontes no reino protista, o que dificultou o reconhecimento do reino em outros estudos.

Já no século 20, Robert Whittaker desenvolveu o sistema taxonômico baseado em cinco reinos. Whittaker argumentava que a dicotomia entre plantas e animais era artificial. Robert discordava das teorias de Herbert Copeland, que havia publicado outra forma de se classificar os seres vivos além das plantas e animais. Whittaker dizia que uma grande quantidade de seres eucariotos que foram incluídos por Copeland no reino Protista não pertenciam a tal reino.

Para Whittaker, bactérias e algas eram organismos muito diferentes evolutiva e ecologicamente para serem incluídos no mesmo reino. Whittaker considerava a função ecológica dos seres mais importante para sua classificação do que relações puramente filogênicas.

A partir de tal visão, Whittaker criou o reino Fungi, pois os fungos eram, segundo ele, unidos em seu papel ecológico de decompostores. Para fundamentar ainda mais a criação de tal reino, Whittaker fez menção a estudos na época recentes que apontavam para uma origem filogênica diferenciada para os fungos.

Whittaker também sugeriu a dissolução do reino Protoctista e a criação do reino protista, o qual seria puramente unicelular.

Assim, Whittaker propôs a divisão de cinco reinos: Animalia, Plantae, Fungi, Monera e Protista, utilizados até hoje.

Carl Woese percebeu que todos os cinco reinos poderiam ser agrupados em três domínios, de classe maior que os reinos: Archea, Bacteria e Eukarya.

Assim, pode-se concluir que o ímpeto por uma classificação cada vez mais completa e eficiente dos seres vivos é uma necessidade constante da ciência e que motivou mentes brilhantes, como as de Aristóteles, Lineu, Haeckel e Whittaker a desenvolverem evoluções no campo da Taxonomia.

quarta-feira, 18 de março de 2020

VIRUS




Se vírus são plantas ou animais é uma questão puramente acadêmica e difícil de responder com alguma garantia. De acordo com a visão comumente aceita, os vírus representam o estágio de transição entre o mundo vivo e o não-vivo.

Em outras palavras, eles estão no limiar da vida e, portanto, podem ser considerados como um modelo hipotético de um estágio inicial da evolução dos organismos vivos (plantas e animais). 

A favor:

1. O fato dos vírus apresentarem  reprodução; embora necessitem da ajuda da célula hospedeira para se reproduzirem;
2. A  presença de material genético (DNA ou RNA), e consequentemente a capacidade de sofrerem mutação;
3. Capacidade de adaptação.

Contra:

1. O fato dos vírus serem acelulares.
2. A ausência de metabolismo próprio,necessitando portanto, de constituintes celulares de outro organismo.

Um vírus é um biossistema elementar que possui algumas das propriedades dos sistemas vivos (eles têm um genoma e a capacidade de se adaptar às mudanças ambientais).

 História

Os vírus são visíveis apenas sob o microscópio eletrônico (EM). Mas, curiosamente, os vírus foram descobertos no século XIX, antes da invenção do EM por Knoll e Ruska (1934).
A descoberta do vírus não pode ser creditada a nenhum cientista; pelo contrário, foi a contribuição de muitos cientistas:

Louis Pastuer (1884): Ele cunhou o termo 'vírus' (L. virus = veneno) em patógenos menores que bactérias. Ele primeiro demonstrou que doenças virais como a raiva podem ser transmitidas de um hospedeiro para outro.

Adolf Mayer (1886): Ele descobriu a doença mosaica do tabaco. 

DJ Iwanowsky (1892) - Ele descobriu pela primeira vez que o TMV (vírus do mosaico do tabaco) que causa a doença do mosaico do tabaco é menor que qualquer bactéria e pode atravessar facilmente através do filtro bacteriano da porcelana.

M. Beijerinck (1898): Ele estabeleceu ainda que vírus como o TMV podem se replicar ou proliferar apenas no crescimento de células vegetais, chamou os fluidos de infecção como contágio fludium.

FW Twort (1915) descobriu o vírus "bacteriano".

Herelle (1916) usou o termo 'bacteriófago' para vírus bacterianos.

WM Stanley (1935): Ele primeiro isolou e cristalizou o TMV. Essa descoberta prova a natureza inanimada dos vírus. Para isso, ele compartilhou o Prêmio Nobel de 1946 com Northrop e Sumner, que haviam cristalizado a enzima urease pela primeira vez. Stanley é conhecido como o 'pai da virologia'.

Bowden & Pirie (1937):Eles primeiro estabeleceram que os vírus são partículas de nucleoproteínas

Hershey e Chase (1952) provaram que o ácido nucleico é o material infeccioso e carrega a informação genética dos vírus que confirmam os DNAs como a base química da hereditariedade.

Lowff descobriu fagos temperados e descreveu a lisogenia.

Luc Montagnier descobriu o vírus da Aids.

Estrutura dos Vírus:

Capsídio: envoltório do vírus, formado por proteínas. Além de proteger o ácido nucléico, o capsídio tem a capacidade de combinar-se quimicamente com substâncias presentes na superfície da célula. 
Envelope viral: envoltório externo presente em alguns vírus (ao redor do capsídio), são lipídios e algumas proteínas membranares provenientes da membrana da célula onde se originaram.
Material Genético: Acreditava-se que cada espécie viral possuísse um único tipo de ácido nucléico: DNA ou RNA, onde estão inscritas as informações necessárias para a produção de novos vírus, mas já foram encontrados vírus que contenham os dois ácidos nucléicos ao mesmo tempo.

Tamanho dos vírus:
O vírus é a menor entidade. O tamanho varia de 10 nm (vírus da febre aftosa do gado), 17 nm (vírus do mosaico da alfafa), 300 x 17,5 nm (em TMV), 400 nm (vírus da febre do papagaio), 1250x 40 nm (vírus da beterraba amarela), 1300 x 6 nm (Pseudomonas Pf).

Forma dos vírus:

Três formas arquiteturais são encontradas nos vírus - helicoidal (corpo alongado, por exemplo, TMV), cuboidal (corpo largo curto com forma rômbica, arredondada e poliédrica, por exemplo, vírus da Poliomielite) e binal (com partes cuboidais e helicoidais, por exemplo, muitos bacteriófagos) como o T 2 ).

Classificação de vírus

Os vírus são parasitas ultramicroscópicos, acelulares, infecciosos, nucleoproteínas, obrigatórios que podem atravessar o filtro bacteriano.

As formas extracelulares de vírus são partículas inertes e são conhecidas como virions.

Às vezes, os termos 'vírus' e 'virions' são usados ​​de forma intercambiável.

Com base na célula hospedeira que infectam, os vírus são chamados de zoófagos (vírus de animais), fitófagos (vírus de plantas), ficófagos (vírus de algas), micófagos (vírus de fungos), zimófagos (vírus de levedura), bacteriófagos (vírus bacterianos), cianófagos (infectando cianobactérias), colifagos (infectando bactérias E. coli).

O material genético é DNA ou RNA.

Assim, os vírus são divididos em dois grupos:

(a) Deoxyvira ou vírus de DNA. Todas as três formas estruturais são conhecidas - desoxiélica, desoxicubica e desoxibinala.

(b) Ribovira ou vírus de RNA.
Eles são de dois tipos, ribohelica e ribocubica.

A maioria dos vírus animais são vírus de DNA, com alguns importantes tendo RNA, por exemplo, vírus da raiva, vírus da poliomielite, retrovírus, incluindo o vírus HIV ou AIDS.

A maioria dos vírus de plantas são vírus de RNA e alguns possuem DNA (por exemplo, vírus do mosaico da couve-flor). Os bacteriófagos têm geralmente DNA de fita dupla, mas todos os outros tipos de genoma também ocorrem.

Muitos biólogos, atualmente concordam em colocar vírus no filo Vira.

Reprodução dos vírus

Podem-se identificar três tipos de ciclos na reprodução viral, considerando a integração ao material genético da célula hospedeira,
a produção de novos vírions e a destruição da célula parasitada.

Ciclo Lisogênico: o material genético viral incorpora-se ao DNA da célula hospedeira, passando a ser denominado pró-vírus ou prófago. Não há multiplicação viral, mas seu DNA é transferido às células-filhas. A célula hospedeira não é destruída.
Um vírus no ciclo lisogênico pode ser estimulado a passar ao ciclo lítico. Um exemplo de vírus que pode apresentar esse ciclo é o bacteriófago.
Ciclo lisogênico: não provoca a morte da célula hospedeira. Mas posteriormente pode se transformar em um ciclo lítico.

Ciclo Lítico: há atividade do material genético viral que, ao se expressar (transcrição e tradução), comanda a multiplicação viral com liberação de vários vírions. A célula sofre lise e morre. Ciclo observado em vários vírus como, bacteriófagos e o vírus da gripe.
Ciclo lítico: provoca a morte da célula hospedeira.

Retrovirus
É qualquer vírus que possui o RNA como material genético e que, após a infecção da célula hospedeira precisa transformá-lo em DNA para conseguir se reproduzir. Estes microorganismos só conseguem fazer isso porque possuem uma enzima especial, a transcriptase reversa. Ex vírus HIV

Viróides 
RNA de cadeia simples circular de cerca de 250-370 nucleotídeos, geralmente localizado no nucléolo da célula infectada, numerando entre 200 e 10.000 cópias. Eles produzem doenças em plantas como batatas e árvores cítricas.

Príons ( Proteinaceous infectious particle )
O agente infeccioso é uma proteína de 33 a 35 kDa . Parece funcionar produzindo uma alteração conformacional em uma proteína precursora de célula PrP . Além da encefalopatia espongiforme bovina , o SCRAPIE é encontrado em ovelhas ou na síndrome de Kuru ou CREUTZFELDT-JAKOB em humanos.


domingo, 1 de março de 2020

CORDADOS

Os cordados representam o grupo de animais do filo Chordata. São representados por alguns invertebrados aquáticos e todos os vertebrados: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. A característica principal deste filo é que durante a fase embrionária todos apresentam tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas faringianas e cauda pós-anal. Além disso, são animais triblásticos, enterocelomados, metamerizados, deuterostômios, com simetria lateral e apresentam sistema digestório completo.
Existem cerca de 45 mil espécies de cordados conhecidas, distribuídas em três subfilos: Urochordata (Urocordados), Cephalochordata (Cefalocordados) e Craniata ou Vertebrata. Os urocordados e cefalocordados não possuem crânio e coluna vertebral, são invertebrados. Provavelmente, são os cordados mais primitivos e podem ser chamados de Protocordados (do grego protos, primeiro, primitivo). Os craniatas são todos os vertebrados e representam cerca de 98% das espécies deste filo.
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A notocorda é a apomorfia dos Cordados, sendo um bastão formado de uma estrutura flexível com um aspecto cartilaginoso, que se encontra posicionada na região dorsal dos organismos que a possuem. O núcleo da notocorda é formado principalmente por glicoproteínas e as fibras que o recobrem são formadas de colágeno. O ângulo em que essas fibras estarão posicionadas representará a capacidade de alongamento da notocorda. A notocorda é uma estrutura essencial para os cordados. Ela é considerada uma estrutura transitória, já que ela pode fazer parte de apenas um determinado momento da vida de alguns organismos. Dentre as principais funções da notocorda, destacam-se ser um sítio de ligação do músculo precursor vertebral e servir de base para o esqueleto axial.


FUNGOS


Os fungos são seres pertencentes ao reino Fungi, formando um grupo monofilético. Apesar de parecer fisicamente com as plantas, eles são geneticamente mais semelhantes aos animais. Entre as características desse conjunto de seres vivos, as principais são:
  1. células eucariontes animais, embora a aparência do todo seja mais remetida aos indivíduos do reino Metafita;
  2. podem ser unicelulares, como as leveduras, ou pluricelulares, como os cogumelos.
  3. são decompositores (heterótrofos): lançam enzimas para degradar os alimentos, absorvem a matéria degradada e distribuem o produto para o restante do corpo por meio de um processo de difusão;
  4. a unidade morfofuncional dos fungos é a hifa;
  5. não possuem filos, porém suas equivalentes são as divisões.
Divisões
Todos os seres do reino Fungi são compostos por hifas, a unidade vital dos fungos, que são filamentos extensos que podem ser cenocíticos ou septados, envoltos por uma parede celular composta por quitina - ou em alguns casos, celulose e glicanos. As hifas cenocíticas são, essencialmente, supercélulas multinucleadas, pois não possuem divisões entre as regiões habitadas pelos núcleos, estando eles todos envoltos em um mesmo oceano de citoplasma. Já as hifas septadas possuem compartimentos que dividem os núcleos, porém, há buracos que permitem a passagem do material citoplasmático. Fazendo uma grosseira comparação: assim como um conjunto de células forma um tecido, um conjunto de hifas forma um micélio.
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Fonte: http://bihologramaproenem.blogspot.com/2016/06/reino-fungi.html
Ao contrário dos outros, o reino Fungi não detém filos, mas, sim, divisões. Existem quatro dessas categorias: os Citridiomicetos, os Zigomicetos, os Ascomicetos e os Basidiomicetos. Cada um possui uma estruturação diferente.

Citridiomicetos:
Os Citridiomicetos não apresentam quitina em sua parede celular, em vez dessa substância, a parede pode ser composta por polissacarídeos como a celulose. Em sua maioria, são aquáticos e saprofágicos, se alimentando de matéria morta, porém alguns podem ser parasitários. As hifas desse grupo são cenocíticas e diplóides, além dos indivíduos apresentarem flagelos em alguma parte de suas vidas.

Zigomicetos:
São os fungos mais simples, de hifas cenocíticas, cujo micélio se espalha sobre o substrato, produzindo ocasionais esporângios na extremidade de algumas hifas que se elevam verticalmente. Quando os esporângios se rompem, os esporos se dispersam no ambiente e germinam sobre novos substratos. 
O nome do grupo (zigo = par, união de dois; miceto = fungo) refere-se à existência de um processo de reprodução sexuada em que ocorre a fusão de hifas de dois indivíduos haploides; no ponto de contato forma-se uma estrutura equivalente a um zigoto. Dois exemplos representativos desse grupo são os bolores dos gêneros Mucor (encontrados sobre frutas em processo de apodrecimento) e Rhizopus (bolores pretos, comuns sobre pão envelhecido e também sobre frutas).
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Fonte: http://blogvivobio.blogspot.com/2013/04/reproducao-dos-zigomicetos.html

Ascomicetos:
O grupo dos Ascomicetos é o mais populoso, contendo mais de 32.000 espécies, sendo a maioria terrestre, mas uma parte marinha, que, juntamente com algas ou cianobactérias, forma os líquens. Há também seres unicelulares, como as leveduras (algumas delas responsáveis pela produção de pães e bebidas alcoólicas), que se reproduzem por bipartição. A parede celular dos Ascomicetos pluricelulares é composta por quitina e suas hifas são septadas. 
A reprodução assexuada dos Ascomicetos também pode ocorrer por meio da formação de esporos denominados conídios, porém a mais comum é a sexuada. Nela, as hifas homocarióticas formam os ascogônios (gametângios femininos) e os anterídios (gametângios masculinos). Quando os dois se encontram e são compatíveis, ocorre a plasmogamia, que é a fusão destas estruturas, porém parcialmente. Na estrutura feminina que sofreu fecundação, vão brotar hifas com núcleos haplóides e heterocarióticos, pois são resultado da fusão de dois talos. Na extremidade destas hifas formam-se ganchos, por onde cresce o micélio, que dá origem a células com dois núcleos (um feminino e um masculino). Após isso, ocorre a cariogamia, que forma um núcleo diplóide, que, por meiose, origina quatro núcleos haplóides. Esses sofrem mitose, formando oito núcleos haplóides, resultando em oito esporos.

Basidiomicetos:
Neste filo estão os cogumelos comestíveis e os venenosos, os orelhas-de-pau e as ferrugens. O micélio deste fungo está dentro do substrato, e o que pode ser visto é o corpo de frutificação (basidiocarpo), o qual é normalmente chamado de cogumelo. O conjunto de hifas dos basidiomicetos tem suas componentes ramificadas e delgadas, que se encontram no substrato, podendo ser sapróbias ou parasitas de plantas e animais. As hifas são uninucleadas e septadas, com chance de haver uma fase dicariótica. Com exceção do grupo das ferrugens, os basidiomicetos possuem estruturas que impedem a troca de núcleos entre as hifas. A parece celular é composta de quitina e a reprodução sexuada dos seres dessa divisão é muito semelhante a dos Ascomicetos, porém o corpo de frutificação é diferente (formam-se cogumelos) e no processo final são criados basídios, que, por meio de uma mitose, origina quatro esporos haplóides.

Sistema Tegumentar

  O sistema tegumentar é composto por pele e anexos (pelos, unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias). A pele é formada por epiderm...